quinta-feira, 31 de março de 2011

XLIV. Dos Livros

Não percas nunca, pelo vão saber,
A fonte viva da sabedoria.
Por mais que estudes, que te adiantaria,
Se a teu amigo tu não sabes ler?

segunda-feira, 28 de março de 2011

XLIII. Da Inútil Sabedoria

"Conhece-te a ti mesmo." Dessa, agora, 
O alcance não adivinho. 
Muito mais útil nos fora 
Conhecer nosso vizinho...

quinta-feira, 24 de março de 2011

XLII. Do Espetáculo de Si Mesmo

Conhecer a si mesmo é inútil, parece, 
     Mas sempre diverte um pouco... 
Coisa assim como um louco tivesse 
     Consciência de que é louco. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

XLI. Da Arte de Ser Bom

Sê bom. Mas ao coração 
Prudência e cautela ajunta. 
Quem todo de mel se unta, 
Os ursos o lamberão.

quinta-feira, 17 de março de 2011

XL. Do Sabor das Coisas

Por mais raro que seja, ou mais antigo, 
Só um vinho é deveras excelente: 
Aquele que tu bebes calmamente 
Com o teu mais velho e silencioso amigo...

segunda-feira, 14 de março de 2011

XXXIX. Do Pranto

Não tentes consolar o desgraçado 
Que chora amargamente a sorte má. 
Se o tirares por fim do seu estado, 
Que outra consolação lhe restará?

quinta-feira, 10 de março de 2011

XXXVIII. Do Prazer

Quanto mais leve tanto mais sutil 
O prazer que das coisas nos provém. 
Escusado é beber todo um barril 
Para saber que gosto o vinho tem.

segunda-feira, 7 de março de 2011

XXXVII. Da Contradição

Se te contradisseste e acusam-te... sorri. 
Pois nada houve em realidade. 
Teu pensamento é que chegou, por si, 
Ao outro polo da Verdade...

quinta-feira, 3 de março de 2011

XXXVI. Da Falsidade

     Foi tudo falso, o que ela disse?
Fecha os olhos e crê: a mentira é tão linda! 
     Nem ela sabe que fingir meiguice 
É o mais certo sinal de que te ama ainda...