segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

XXVII. Do Espírito e do Corpo

O espírito é variável como o vento, 
Mais coerente é o corpo, e mais discreto... 
Mudaste muita vez de pensamento, 
Mas nunca de teu vinho predileto.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

XXVI. Da Mediocridade

Nossa alma incapaz e pequenina 
Mais complacência que irrisão merece. 
Se ninguém é tão bom quanto imagina, 
Também não é tão mau como parece.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

XXV. Da Paz Interior

O sossego interior, se queres atingi-lo, 
Não deixes coisa alguma incompleta ou adiada. 
Não há nada que dê um sono mais tranquilo 
Que uma vingança bem executada...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

XXIV. Da Infiel Companheira

Como um cego, grita a gente: 
"Felicidade onde estás?" 
Ou vai-nos andando à frente... 
Ou ficou lá para trás.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

XXIII. Dos Nossos Males

A nós nos bastem nossos próprios ais, 
Que a ninguém sua cruz é pequenina. 
Por pior que seja a situação da China, 
Os nossos calos doem muito mais...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

XXII. Da Boa e da Má Fortuna

É sem razão, e é sem merecimento, 
     Que a gente a sorte maldiz: 
Quanto a mim, sempre odiei o sofrimento, 
     Mas nunca soube ser feliz...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

XXI. Das Ilusões

Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. 
Com ele ia subindo a ladeira da vida. 
E, no entretanto, após cada ilusão perdida... 
Que extraordinária sensação de alívio.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

XX. Dos Sofrimentos Quotidianos

Tricas... Nadinhas mil... Ridículos extremos... 
Enxame atroz que em torno à gente esvoaça. 
E disto, e só por isto envelhecemos... 
Nem todos podem ter uma grande desgraça! 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

XIX. Dos Milagres

O milagre não é dar vida ao corpo extinto, 
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo... 
Nem mudar água pura em vinho tinto... 
Milagre é acreditarem nisso tudo!